terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Avaliando São Paulo: Terminais de ônibus (Área 1 Noroeste)

Acesso ao Terminal Jardim Britânia.
A capital paulista possui uma das maiores frotas de ônibus em operação no mundo, totalizando cerca de 15 mil ônibus, e uma imensa quantidade de linhas que operam na cidade. Mas mesmo com tantos ônibus e linhas em operação, uma das maiores precariedades na cidade é a falta de infraestrutura para receber tantos passageiros, e quando existe a estrutura, normalmente é precária ou pequena perto do tamanho da necessidade. Sendo assim, o Metrópole SP vai visitar todos os terminais municipais que pertençam a SPTrans ou ao Metrô/CPTM, começando pela Área 1 – Noroeste (Verde Claro) que faz parte da divisão feita pela SPTrans. Observação: Iremos considerar critérios em relação ao conforto aos passageiros e funcionários. 


À esquerda um ônibus articulado da linha troncal, à direita um ônibus do sistema local.
Conexão Petrônio PortelaFuncionando desde 2015, essa Conexão (Estação de Transferência) foi uma solução viável para alguns casos como foi este que precisava racionalizar as linhas de ônibus em um ponto de transbordo. Localizado na Praça Pedro Blasena. Vejamos como foi feita esta pequena estrutura.

Acessibilidade – Faixas de pedestres bem sinalizadas, rota tátil em toda a estrutura e áreas amplas para a circulação.

Iluminação – Bem iluminada durante os períodos diurnos e noturnos.

Sanitários – Não possui, embora possua local para construir tal.

Conservação e limpeza – Com pouco mais de dois anos, ainda está em um estado de conservação bom, embora a limpeza no dia da visita estivesse razoável.

Informações úteis – As placas individuais para cada linha indicavam o destino, principais vias e horários de operação, mas poderia ter placas com mais informações sobre o sistema e mapa dos arredores.

Bilheteria – Não possui.

Máquinas de autoatendimento – Não possui, embora há possibilidade de existir.
Plataforma das linhas de bairro (locais).
Resumo: Uma conexão que foi bem idealizada pela SPTrans, os ônibus das linhas locais chegam de forma sincronizada com a linha principal em direção ao Metrô Barra Funda. Mesmo que a estrutura seja simples, atende de forma prática os operadores e passageiros sem a “necessidade” de uma grande estrutura. Ainda precisa melhorar em alguns quesitos, mas em grande parte serve bem aos usuários. 


"Plataforma" da conexão.

Conexão Vila IórioTambém inaugurada em 2015, a Conexão Vila Iorio usou da mesma lógica operacional da Conexão Petrônio Portela: encurtou as linhas que seguiam desde os bairros até a região da Lapa e Barra Funda e criou uma única linha principal para a região. Localizado na Praça Monsenhor Escriva, na Avenida Faud Lutfalla, a estrutura é mais simples que a Petrônio Portela. Vamos à avaliação:


Acessibilidade – Rota tátil e guia rebaixada nos pontos de travessia de pedestre em alguns locais da estrutura.

Iluminação – Boa, estrutura bem iluminada durante os períodos diurnos e noturnos.

Sanitários – Não existente para os passageiros, apenas para os operadores.

Conservação e limpeza – Razoável, embora a estação de transferência estivesse bem limpa.

Bilheteria – Inexistente.

Máquinas de autoatendimento – Embora houvesse espaço, não há nenhuma.

Resumo: O conceito de Estação de Transferência em São Paulo considera que os passageiros não passaram mais do que 10 ou 15 minutos no local, algo que acontece muito. A simplicidade deve vir atrelada a praticidade aos operadores e usuários, e a Conexão da Vila Iório atende de maneira simples aos passageiros, sem novidades. 


Visão geral do terminal.

Terminal Jardim Britânia – Inaugurado em 2004 para ser um apoio operacional ao então projetado Terminal Perus, o terminal localizado próximo ao bairro Morro Doce e as margens da Rodovia Anhanguera se assemelha mais a uma estação de transferência do que a um terminal de ônibus. Vejamos se atende bem as poucas linhas que passam por lá.

Acessibilidade – Quase nula, uma rota tátil e uma faixa elevada no “acesso” que estava apagada no asfalto.

Iluminação – Bem iluminado durante o dia e a noite.

Sanitários – Não possui nenhum para os funcionários e passageiros.

Conservação e limpeza – Passou por uma pequena reforma recentemente, então estava bem limpa e conservada. Uma curiosidade foi à retirada do nome “Estação de Transferência Jardim Britânia” e recebeu o nome de Terminal.

Informações úteis – Somente os totens para informação das linhas e nada mais, embora possua painéis de informações (em branco).

Bilheteria – Não possui.


Maquinas de autoatendimento – Não possui.

Única plataforma do terminal.
Resumo: Um terminal com seis linhas, sendo uma de passagem, serve atualmente como transbordo de passageiros vindos dos bairros e que seguem em direção a região de Perus, onde há uma estação da CPTM, e Lapa. Poderia ser melhor com mais informações aos passageiros e poderiam instalar uma máquina de recarga para bilhetes eletrônicos.

Visão geral do terminal.
Terminal Pirituba – Inaugurado em 2003 com o primeiro corredor de ônibus no padrão “Passa - Rápido”, este terminal é um dos mais recentes terminais da cidade e um dos mais movimentados em número de linhas e passageiros, cerca de 80 mil diariamente em 25 linhas. Será que com seus quase 15 anos em operação ele ainda atende bem aos passageiros? Veremos a seguir.

Acessibilidade – Possui em sua área de circulação rota tátil, sistemas sonoros de avisos, faixas de pedestres elevadas e um elevador em um dos acessos, pela Avenida Raimundo Pereira de Magalhães).

Iluminação – Projeto de arquitetura pensada na boa iluminação diurna com luz natural e bem iluminado durante as noites.

Sanitários – Possui para os funcionários e passageiros em grande número.

Conservação e limpeza – Embora os banheiros públicos estivessem em condições precárias (vandalizados), as áreas de circulação em si estavam relativamente bem cuidadas. O terminal passa por uma pequena reforma em uma das plataformas, mas é necessária uma reforma geral.

Informações úteis – Além de informações sobre as linhas (em alguns casos desatualizados ou mau feitos), existe mapa dos arredores, mapa do corredor e paradas e alguns poucos avisos sobre o sistema. Cada linha possuía um grande painel individual com informação sobre próxima partida da linha.

Bilheteria – Com seis guichês para atender ao grande público, embora apenas três funcionários estivessem atendendo no dia. Por ser o único terminal da região, o movimento era e sempre é intenso.

Maquinas de autoatendimento – Poucas máquinas se considerar o grande movimento de passageiros, embora possua também os pontos de recargas espalhados pelo terminal.

Plataformas das linhas locais do terminal.
Resumo: Um grande terminal com três plataformas e muitas linhas, a estrutura atende bem a população e aos seus funcionários. Embora em alguns pontos ainda precise melhorar, é o único terminal de grande porte de toda a região do Pirituba, São Domingos e Jaraguá, e é necessário rever alguns desses pontos como a conservação e operação do terminal.
Texto e revisão: Victor Santos e Gustavo Bonfate.
Fotos: Gustavo Bonfate.
Fontes: SPTrans e SPUrbanuss.