terça-feira, 26 de setembro de 2017

Mudanças operacionais na CPTM e no Metrô

Com a recente renovação nas frotas da CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e do Metrô, ambas estão reajustando suas respectivas frotas, desde realocar as frotas para outras linhas por diversos motivos, e até a retirada de operação de alguns trens. Confira algumas mudanças que já estão sendo sentidas pelos usuários e as próximas mudanças nas linhas da CPTM e do Metrô.
Texto e fotos: Yuri Gabriel (acervo pessoal).
Revisão: Victor Santos
Unidade A35 entre as estações Carandiru e Santana. Restam apenas 4 composições da frota A rodando.
Linha 1 Azul: Extinção da Frota A
Com a grande disponibilidade de trens das frotas J e L, modernização das antigas Frotas A e D respectivamente, a frota da Linha Azul que por anos foi predominantemente operada pela Frota A teve seu número de trens antigos reduzidos. De 51 unidade fabricadas entre 1972 e 1975, apenas quatro unidades seguem sem modernização em operação, e com o remanejamento da Frota E da Linha 2 para a Linha 1, é provável que até o final deste ano até o início do ano de 2018, nenhum trem da Budd esteja em operação. A Frota A foi a primeira frota de metrô do Brasil e iniciaram as operações comerciais em 1974 na então Linha Norte - Sul, embora essa frota tenha operado também nas linhas Leste - Oeste (atual Linha 3 Vermelha) e Ramal Paulista (atual Linha 2 Verde), sendo uma frota essencial para o início das operações das três primeiras linhas de metrô da capital.


Unidade E02 chegando na estação Santana. Cerca de 4 composições da frota E podem operar atualmente em qualquer horário na L1.
Frota E realocada para a Linha 1 Azul
Desde fevereiro deste ano, o metrô tem deslocado a Frota E da Linha 2 Verde para a Linha 1 Azul e isso se deve a um fato: A Linha Verde opera atualmente com o novo sistema de controle de trens, o CBTC - Communications-Based Train Control, traduzido para o português: Controle de Trens Baseado em Comunicação. Como os trens modernizados estão chegando para a operação com essa tecnologia embarcada devido ao contrato que previa que todas as linhas estivessem com o novo sistema em operação, por esse motivo os trens que retornam da modernização devem operar na Linha 2 Verde que, assim como a Linha 5 Lilás, são as duas únicas linhas do Metrô (desconsiderando a Linha 4 da Via Quatro) que operam com o sistema novo. A Frota E está sendo aos poucos realocada para a Linha Azul, enquanto a Frota G também está deixando a Linha Verde, abrindo espaço para as frotas modernizadas.
A frota E foi construída pela francesa Alstom no antigo pátio fabril da Mafersa entre 1997 e 1998 para atender ao pedido do Metrô que estava construído a extensão da Linha 3 Vermelha entre Itaquera e Guaianases. Posteriormente esse trecho passou a ser operado pelo Expresso Leste da CPTM e os 11 trens encomendados foram deslocados para operar na Linha 2 Verde, onde operam até os dias atuais. Antes de irem para a Linha Verde, esses trens chegaram a operar na Linha Vermelha, porém não se adaptaram aos baixos intervalos da linha e as grandes rampas existentes no percurso, chegaram a voltar para a linha e posteriormente retirados novamente de lá. Foram os últimos trens a serem comprados pela companhia sem o ar condicionado e no futuro poderão ser os únicos trens a não terem o equipamento. 


Frota P em seu 3° final de semana de operação na L5-Lilás.

Interior da Frota P: Passagem livre entre os carros marcam a frota P e a inauguração desta “tecnologia” em trens do Metrô-SP.

Fachada da estação Alto da Boa Vista, trecho recém entregue a população.
Linha 5 Lilás: Inauguração de novas estações, novo sistema operacional e Frota P


Certamente essa é uma das linhas que mais possui novidades a serem relatadas. Toda a frota operante na linha foi trocada de uma vez só por trens mais novos e modernos, a frota P, que estavam parados há anos nos pátios da companhia. Essa frota não veio com o ATO (Automatic Train Operation - Operação de Comboios Automática) que é o sistema utilizado na linha até abril desse ano, quando foi iniciada a operação comercial do CBTC na linha. A frota F, até então a única frota da linha lilás, foi imobilizada e está aguardado o processo de modernização, em troca a companhia colocou a disposição dos milhares de passageiros diários trens mais modernos com passagem livre entre os carros e ar condicionado mais potente.
E as novidades da Linha 5 não param por ai. No dia 04 de setembro de 2017 o metrô entregou para a operação três novas estações: Alto da Boa Vista, Borba Gato e Booklin. Essas estações fazem parte da construção da expansão da Linha 5 Lilás desde Largo 13 até a Chácara Klabin da Linha 2 Verde, cruzando com a Linha 1 Azul na estação Santa Cruz. Essa obra está em andamento desde 2009 e tem como objetivo ligar a linha lilás as demais linhas do sistema, pois atualmente é a linha mais "isolada" do metrô, contando apenas com a conexão com a Linha 9 Esmeralda para que os usuários acessem as demais linhas do sistema. A primeira estação do novo trecho foi Adolfo Pinheiro, entregue em fevereiro de 2014, com uma diferença de três anos entre essa e as novas recentemente entregues. Essas novas estações contam com a mais alta tecnologia e aproveitam a luz natural com seu projeto arquitetônico moderno e ecológico, economizando energia durante os dias. Uma grande "parede" de vidro é marca predominante das fachadas destas estações, todas localizadas na Avenida Santo Amaro, onde é possível observar as cúpulas de vidro que permitem a entrada de luz natural. 


Séries 1100 (esq.) e 7000 (dir.) por 7 anos, dominaram a Linha 7 ao lado da série 1700. Aos poucos, perderam espaço para os novos trens.
Linha 7 Rubi: Retirada das séries 1100 e 7000, introdução da série 9500, mudança na frota do Loop
Historicamente é a linha que mais possuía trens antigos e atualmente passa por um processo de troca e remanejamentos do material rodante, um dos trens é a série 1100, fabricados em 1957, e aos poucos vem deixando a linha discretamente desde 2015. Neste ano foram retirados de operação duas unidades dessa frota, embora não estivessem realmente baixadas do sistema, porém isso tudo mudo em desde a terceira semana de setembro quando anunciaram oficialmente a baixa da primeira unidade, o J116, e sete dias após isso é baixada do sistema a unidade J123. A composição J112, ainda em operação, aguarda a oficial saída do sistema de trens metropolitanos, após 60 anos de operação nas linhas da antiga Estrada de Ferro Santos à Jundiaí. As unidades mais antigas estão sendo substituídas pelos recém chegados trens da série 9500, fabricados pela coreana Hyundai-Rotem em sua fábrica no interior de São Paulo.

Trens da série 8500. “Emprestados" a Linha 7, são a cara oficialmente da linha. 10 Unidades rodam diariamente na linha.
Outra frota que está deixando a maior linha da companhia é a série 7000, trens que originalmente seriam os substitutos dos trens mais antigos das linhas 7 e 12, mas que por diversos fatores foram divididos entre as linhas 7, 8, 9, 11 e 12. Do 40 trens comprados dessa série, 20 seriam para a Linha Rubi e os demais seriam para a Linha Safira, algo que nunca se tornou realidade pois em nenhuma das linhas essa frota operou em sua totalidade prevista inicialmente. Apenas 10 unidades operaram consecutivamente na Linha 7, posteriormente perdendo quatro unidades para as demais linhas e uma unidade em um acidente na Barra Funda em 2011, baixando a unidade Q02 precocemente, deixando a linha com apenas cinco trens dos 20 prometidos.

Série 1700 em Francisco Morato. Pintura inicial, e padrão posteriormente adotado na reforma da série adotada entre os anos de 1999 a 2006 pode ser reparado.

Com a chegada da série 8500, fabricada pela espanhola CAF, a CPTM deslocou dois trens para a Linha 12 Safira para suprir a baixa das duas composições da série 1400. O futuro segue incerto para três composições restantes da série 7000, que deverá sair da linha com a baixa da série 1100 e a chegada de mais trens da série 9500.

Série 9500 operando na Linha 7. Três das 30 unidades que a CPTM adquiriu rodam na linha, companhia pretende deixar a Linha com apenas com essa frota.
O loop interno da Linha 7 sofreu mudanças drásticas na frota: antes compostas somente por 1100 na maior parte dos dias, atualmente opera em sua maioria com a série 1700, fabricados em 1987, sendo os maiores trens da CPTM em comprimento. As séries 3000 e 7000 sempre dão as caras no loop, embora há algumas vezes os novos trens das séries 8500 e 9500 operam nas viagens.


CPTM Série 3000 operando no Expresso da Linha 10.
Linha 10 Turquesa e o Expresso da Linha 10.
Designados inicialmente para operar apenas na Expresso da Linha 10, a série 3000 recentemente começou a realizar viagens na Linha 10 principal ao lado da série 2100, pois pelas constantes falhas dos trens da série 2100, isso ocasiona na falta de material rodante. Vale lembrar que os trens da série 2100 e 3000 já rodaram juntos na Linha 9 Esmeralda, e no passado quando os 3000 ainda eram novos em 2003, chegou a fazer uma viagem do Brás até a estação Santo André. Como a performance da série 2100 não é compatível com o padrão metropolitano por ser um trem destinado à viagens de médio e longo percurso, isso dificulta no remanejamento dessa frota para outras linhas e para operar com outras frotas mais novas como os 7000. Além disso, por ser um trem antigo e de origem espanhol, a falta de peças para reposição e a dificuldade de manutenção faz com que apenas 22 trens estejam a disposição para operarem, embora por diversos motivos nem todos estejam à disposição imediata.


CPTM Série 2000 dando entrada na estação Dom Bosco
Linha 11 Coral – Retirada da série 2000 do Expresso Leste.
Desde a introdução da série 8500 e do remanejamento da série 7000 para a Linha 11 Coral - Expresso Leste, o número de trens da série 2000 foi sendo reduzido aos poucos, e com a chegada de mais dois trens da série 7000 oriundos da Linha 9 Esmeralda para a Linha Coral, a série 2000 está deixando de realizar viagens no Expresso Leste, sendo vistos com mais frequência na Linha 12 Safira e na extensão da Linha 11. Com isso, se torna raro ver uma composição dessa frota operando no Expresso, embora raras as vezes são vistos aos finais de semana, essa frota foi adquirida pela CPTM em 1999 para iniciar uma nova fase para a companhia com a inauguração do Expresso Leste no ano seguinte. A série 2000 foi a primeira compra oficial de trens zero quilômetro da CPTM e foram fabricados pela CAF/Adtranz e Alstom, sendo 15 unidades fabricadas pela CAF/Adtranz, e 15 unidades pela Alstom.