terça-feira, 20 de março de 2018

Linha 605A-10: Acessibilidade para todos

Foto: Gustavo Bonfate
No último sábado, dia 17 de março, foi inaugurada a nova linha do sistema municipal de São Paulo; a 605A-10, que liga o Centro Paraolímpico de São Paulo à estação Jabaquara da Linha 1 Azul do Metrô. Embora pareça para muitos mais uma linha de ônibus municipal, existem características que a difere das demais linhas da cidade: sua acessibilidade e objetivo da linha. O Metrópole SP visitou essa linha em seu primeiro dia de operação para conhecer os mais novos veículos acessíveis da cidade.
Interior do veículo (6 3842).
Chegamos à estação do Jabaquara por volta das 17h50 onde embarcaríamos na linha 605A sentido Centro Paraolímpico, uma viagem de pouco mais de oito minutos a bordo do novo micro-ônibus adquirido pela empresa Mobibrasil, empresa estrutural do Consórcio Unisul da Área 6 Sul e operadora da linha. Não demorou para que o micro, prefixo 6 3842, chegasse de mais uma viagem com uma lotação considerável para um primeiro dia de operação. Havia muitos passageiros contentes com a nova linha que irá atender de forma mais precisa e completa o Centro Paraolímpico Brasileiro em São Paulo, onde poderá atender de passageiros com mobilidade reduzida, cadeirantes ou com alguma restrição. Além do complexo do Centro Paraolímpico Brasileiro, atenderá também ao São Paulo Expo (centro de exibições e convenções administrado por um grupo francês), o Centro de Tecnologia e Inclusão Parque Fontes do Ipiranga (CTI) ligado a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), e a 97° DP - Departamento de Policia. 
Espaço para cadeirantes.
Embarcamos após todos os passageiros desembarcarem com auxilio da cobradora do ônibus e dos fiscais da Mobibrasil e SPTrans que estavam na plataforma para auxiliar as operações iniciais. O layout do veículo também chama atenção: quatro boxes para acomodar cadeirantes, piso baixo entre a primeira e segunda porta, ar condicionado, degrau sinalizado para acesso ao restante do ônibus, botões para parada solicitada próximos das janelas, além da rampa para acessar o ônibus. 
Partimos pontualmente às 18h05 com destino ao terminal primário da linha (TP) que é no próprio Centro Paraolímpico e ao passar por ruas do bairro, pedestres e moradores ainda estavam admirados com o novo ônibus e sua configuração, além do silêncio do motor. A viagem não demorou muito e não pegamos trânsito, logo chegamos ao destino com pouco mais de oito minutos de viagem. 
Veículo estacionado no ponto inicial.
A motorista e cobradora dessa viagem ainda estavam admiradas pela nova linha e novo veículo, a simpatia de ambas faziam das viagem mais agradáveis para todos. Elas nos disseram que muitos dos passageiros daquele dia eram funcionários e visitantes do complexo ao lado da Rodovia dos Imigrantes, mas também haviam curiosos e entusiastas dos transportes que haviam viajado para conhecer a nova linha.
No ponto inicial da linha haviam também dois funcionários da Mobibrasil e SPTrans para controle de partidas e número de passageiros por viagem. Deixamos o veículo que viemos partir e esperar o outro, que já estava à caminho do complexo, o que nos deu tempo de conversar com o funcionário da SPTrans sobre as operações.
Segundo o fiscal, a linha foi criada junto a pedidos do próprio complexo através de funcionários e frequentadores do local, além de estudos da própria Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, ou STM. Por atender ao complexo Paraolímpico, ao invés de veículos convencionais já operantes em toda cidade (micros ou midiônibus), a secretaria definiu a operação com veículos menores mas com acessibilidade maior. Ainda segundo o funcionário, a demanda esperada inicialmente é mais baixa devido ao foco da linha, mas que se for necessário de acordo com a demanda serão implementados mais veículos e horários. 
Ônibus 6 3843: segundo ônibus da linha.
Às 18h30 o segundo ônibus da linha chegou para mais uma viagem após ter ido ao metrô. Esse ônibus, o 6 3843, também estava com a equipe de bordo formado por mulheres que também estavam entusiasmadas com o novo serviço oferecido aos vários passageiros da região. Partimos após a simpática conversa com o funcionário da SPTrans e a boa recepção da cobradora e motorista da Mobibrasil, e seguimos a curtíssima viagem rumo ao metrô Jabaquara. A motorista nos contou que ainda estava se acostumando com o veículo, uma vez que a empresa sempre teve veículos de médio e grande porte (convencionais, padrons e articulados), mas que estava bem otimista com as operações. A cobradora, simpática e gentil com os passageiros, tinha funções muito além de cobrar a tarifa, auxiliando no embarque e desembarque de cadeirantes e pessoas com necessidades especiais. 
Ponto no terminal Jabaquara, note a rampa rente a plataforma.
Dez minutos depois e estávamos de volta à estação do metrô, onde tão logo o veículo retornou para o ponto inicial. Uma particularidade desses veículos é a ausência de catraca no interior deles para aproveitar melhor o espaço interno, mas possui dois validadores; um para cobrar a tarifa através dos bilhetes eletrônicos e outro para recarga e consulta dos mesmos. O validador de cobrança demora um pouco para ler o bilhete único, algo que deve ser ajustado com o tempo, mas a cobradora também pode receber a passagem por dinheiro. 
Nossa impressão pela linha foi de que os frequentadores, funcionários e moradores das proximidades terão uma opção melhor para acessar o grande complexo da região. Com modelos de ônibus diferenciados dos demais, horários bem acessíveis, itinerário direto e confortável, a linha tem tudo para ser um grande sucesso. Em dias de eventos no São Paulo Expo, a linha pode necessitar de mais veículos para atender a demanda, algo que veremos com o tempo. Parabenizamos a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e a Mobibrasil pela criação de uma linha para atender um importante Complexo Paraolímpico, e é sempre bom que os órgãos pensem em uma sociedade inteira quando o assunto é transporte coletivo. 
Iluminação boa e bom espaço interno.
Sobre os veículos e a linha
Fabricados pela Volare, subsidiária da gaúcha Marcopolo, os micro-ônibus da linha Acess Urbano da fabricante e possui o motor Cummins ISF 3.8 162 CV 3760 c.c localizado na parte traseira, uma grande novidade nas ruas paulistas. Essa linha de veículos foi idealizada para atender as normas de acessibilidade e a demandas das linhas urbanas. Segundo o site da Volare, o máximo de boxes para cadeirantes é de três 16 assentos comuns, mas o layout adotado pela empresa conseguiu alocar quatro boxes para cadeirantes mais assentos para pessoas com deficiência visual e cães guias com a retirada da catraca. Os três veículos adquiridos pela Mobibrasil possuem ar condicionado, sistema de rebaixamento do ônibus para melhor acesso a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, rampa para acesso, duas portas sendo uma com maior largura, e assentos convencionais. São três veículos adquiridos, sendo dois para operação normal e um reserva operacional. 
Motor na parte traseira é um diferencial dos novos micros-ônibus.
A linha 605A-10 vai operar diariamente com a primeira partida às 5h00 (durante a semana) do Centro Paraolímpico e a última partida programada às 22h30 também do Centro Olímpico. A linha é circular e faz passagem na plataforma A do terminal metropolitano da estação Jabaquara, logo atrás do ponto da Ponte-Orca do Zoológico. O tempo previsto de percurso, considerando ida e volta ao ponto inicial é de 20 minutos, podendo ser até menos. Confira a baixo o descritivo da linha.
Linha: 605A-10
Letreiro de ida: Metrô Jabaquara
Letreiro de volta: Centro Paraolímpico
Itinerário (circular): Rua República Árabe Unido (portão do Complexo Paraolímpico), 97° DP - Distrito Policial, rua Plateo, Rotatória (São Paulo Expo), viaduto Matheus Torloni (viaduto sobre a Rodovia dos Imigrantes), praça Jutaí, rua Getúlio Vargas Filho, rua General Manoel Vargas, praça Dácio Pires Correia, rua dos Comerciários, avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, terminal Metrô Jabaquara (plataforma A), rua dos Comerciários, avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, rua Nelson Fernandes, rua General Manoel Vargas, rua Getúlio Vargas Filho, praça Jutaí, viaduto Matheus Torloni (viaduto sobre a Rodovia dos Imigrantes), Rotatória (São Paulo Expo), rua República Árabe Unido (portão do Complexo Paraolímpico).
Horários de operação: das 05h00 às 22h30 de segunda à sexta-feira, e das 05h30 às 22h30 aos sábados, domingos e feriados.
Intervalos: 15 à 20 minutos em média. 
Empresa - Área operacional: Mobibrasil Transporte São Paulo LTDA - Área 6 Sul.
Pontos de interesse: Centro Paraolímpico, 97° DP- Departamento Policial Americanópolis, SPDM - Centro de Tecnologia e Inclusão, São Paulo Expo (SP Expo), estação Jabaquara do Metrô, terminal metropolitano e rodoviário do Jabaquara e a Subprefeitura do Jabaquara (Prefeitura Regional). 
Tabela com totais de viagens previstas, autoria própria.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Mudanças Operacionais - Linhas 7 e 10

Com a chegada da nova frota da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), novamente houve mudanças em algumas linhas. Confira abaixo, algumas dessas mudanças que o Metrópole SP acompanhou de perto.
TUE 7500 (7520-7517) estacionada na estação Rio Grande da Serra
Foto por Yuri Gabriel.
CPTM: série 7500 operando na Linha 10 Turquesa
Há pouco tempo atrás, trouxemos aos leitores a notícia de que a série 3000 começaria operar no serviço parador da Linha 10 Turquesa, do Brás à Rio Grande da Serra, e não apenas no Expresso que opera nos horários de pico entre as estações Tamanduateí e Prefeito Celso - Daniel Santo André. O auxílio dos trens Siemens série 3000 seria para sanar a falta de trens da série 2100, que na época estavam apresentando diversas falhas e ocasionando a falta de trens. Porém, a CPTM não contava que os trens que rodariam esporadicamente nos picos até Rio Grande da Serra também seriam uma dor de cabeça, e os retirou dos serviços parados da linha 10.
série 7500 (R520) chegando na estação Tamanduateí.
Foto por Yuri Gabriel. 
Entretanto, quando houve a retirada surgiram fotos na internet da composição R520 (7500) estacionada no pátio Mauá e pouco tempo depois confirmaram a ida das oito composições da série 7500 para rodar na linha turquesa. 
Os trens da série 7500 rodam atualmente na Linha 9 Esmeralda e fazem parte de um lote de 40 trens da série 7000, destinados às linhas 7 Rubi (Jundiaí à Luz) e 12 Safira (Brás à Calmon Viana). Porém, com a inauguração da integração com a Linha 4 Amarela na estação Pinheiros e o aumento dos trens de quatro carros para oito carros para absorver a futura demanda que viria, a CPTM enviou cerca de 15 trens da série 7000 para a linha 9. Além disso encomendou mais oito trens da série 7500 do contrato de compra da série 7000 onde é permitido solicitar o aditivo de 30% da compra.
Nesse caso, a companhia preferiu dar sequência aos oito novos trens com uma nova numeração e um novo layout interno, com menos bancos, visando levar mais pessoas em pé.
Disposição dos assentos dos trens série 7500, diferente da disposição de bancos dos trens da série 2100.
Foto por Yuri Gabriel.
Na linha 10 Turquesa, os trens são maiores que os trens da série 2100, contam com oito portas com 1,30 m de largura contra quatro portas da série 2100 com 2,10 m de largura, sendo estas localizadas no meio do trem.
Seis composições da série 7500 (R - Romeu) no dia 06/03/2018 encontram-se na linha 10:
R-508: 7505-R505-R506-7506 e 7507-R507-R508-7508 
R-520: 7520-R520-R519-7519 e 7518-R518-R517-7517 *primeira composição 05/02/18
R-528: 7528-R528-R527-7527 e 7526-R526-R525-7525
R-532: 7532-R532-R531-7531 e 7530-R530-R529-7529
R-516: 7516-R516-R515-7515 e 7514-R514-R513-7513
R-524: 7524-R524-R523-7523 e 7522-R522-R521-7521
Observação: Vale lembrar que as composições podem não estar na formação descrita acima, informação apenas para ilustração. 
Diferença entre os tamanhos do 2100 e 7500 nas estações.
Foto por Yuri Gabriel
Série 7000 deixa de circular na Linha 7 Rubi
Novamente a linha 7 Rubi deixa de operar com mais uma série de trens: a série 7000.
Como foi dito acima, os trens da série 7000 eram destinados para as linhas rubi e safira, sendo que cada linha receberia 20 trens, totalizando 40 composições. Entretanto, nunca as duas linhas em si ganharam o lote originário, que chegaram a receber 10 trens da série 7000, alguns 7000 da linha 12 compartilhados com a linha 11 Coral.
Dos 10 trens série 7000 que a linha 7 Rubi teve, seis foram para a linha Esmeralda, três para a linha Safira e um foi baixado do sistema ao se envolver em um acidente com um trem da série 1700, na estação Palmeiras-Barra Funda (composição Q02, atual Q008).
A última composição da série 7000 (Q028, antigo Q07), fez a sua última viagem no dia 07 de fevereiro, cumprindo a viagem conhecida como “direto”, que são viagens que ligam Luz e Jundiaí sem a necessidade de transferência de trens na estação Francisco Morato.
TUE 7000 em operação na Linha 7.
Foto por Yuri Gabriel
Texto e fotos: Yuri GabrielRevisão: Victor Santos