sexta-feira, 13 de julho de 2018

Avaliando SP: Terminais de ônibus (Área 3 Nordeste)

Terminal São Miguel. Foto: Gustavo Bonfate.
Uma das maiores áreas operacionais da SPTrans é também uma das mais necessitadas de infraestruturas de transportes, nomeada de Área 3 Nordeste de cor amarela, possui além do atendimento de linhas da CPTM e do Metrô, um total de quatro terminais municipais que atendem a população. Conheça como eles atendem os milhares de passageiros diários.
Terminal A.E. Carvalho - Inaugurado em outubro de 1985, o terminal Antônio Estevão de Carvalho, ou simplesmente A. E. Carvalho, se tornou um importante terminal de conexão da região e trouxe mais importância ao bairro com novos serviços públicos. Localizado na esquina dos cruzamentos da avenida Águia de Haia com a estrada do Imperador, recebe 20 linhas municipais sendo seis linhas noturnas. Vejamos se ele possui uma boa estrutura para receber os passageiros:

Vista interna do terminal. Foto: Gustavo Bonfate.
Acessibilidade - Rota tátil desde os acessos do terminal até as plataformas e rampas nas faixas de pedestres garantem uma boa acessibilidade à todos, mas possui erros como na sinalização visual.
Iluminação - A estrutura de cobertura do terminal garante uma iluminação natural durante boa parte do dia, embora o terminal passe a sensação de "escuridão". A iluminação durante à noite é razoável.
Sanitários - Localizados no prédio principal e disponíveis para todos, estavam razoavelmente conservados.
Conservação e limpeza - Para um terminal com mais de 30 anos, a estrutura aparenta está bem conservada e limpa no dia da visita, mas precisa de algumas reformas para atender melhor.
Informações úteis - As poucas placas com informações sobre a posição das linhas e informações sobre o sistema estavam distribuídas de forma desorganizada, mas todas com informações atuais. Cada linha possui painéis individuais para informações de próximas partidas (com exceção as linhas que partiam da plataforma improvisada) e o sistema de aviso sonoro funciona bem.
Bilheteria - Com poucos guichês e localizada no acesso principal do terminal, não possuía fila no dia da visita.
Máquinas de autoatendimento - Três máquinas para recarga dos bilhetes, sendo duas que aceitam o pagamento em dinheiro e cartão de débito e uma aceitando apenas o cartão, além dos diversos pontos de recarga e consulta de saldo.
Outros serviços - Quiosques de lanchonete e caixas eletrônicos 24 horas.
Acesso principal do terminal. Foto: Gustavo Bonfate.
Resumo: Um terminal importante para a região e que para atender ao grande movimento de linhas locais e estruturais ainda precisa melhorar em alguns quesitos como informações ao usuário e infraestrutura, embora não seja um terminal ruim para o atendimento aos passageiros e funcionários.

Terminal Aricanduva - Conhecido popularmente por ser pequeno e pouco movimentado, o terminal Aricanduva foi inaugurado em 1985 como parte do plano da CMTC - Companhia Municipal de Transporte Coletivo de estruturar e conectar linhas convencionais com linhas estruturais de trólebus. O nome indica que o terminal está localizado no bairro do Aricanduva, mas a verdade é que ele está situado entre os distritos da Penha e Tatuapé, logo abaixo do Viaduto Engenheiro Alberto Brada (antigo Aricanduva). Pequeno, acanhado e simples, este terminal possui um baixíssimo movimento de linhas de ônibus e passageiros, será que atende bem aos usuários e operadores?
Terminal Aricanduva com suas duas únicas plataformas. Foto: Gustavo Bonfate.
Acessibilidade - Embora pequeno, possui rota tátil em toda sua extensão, rampas nos acessos e faixas de pedestres, mas não possui sistema sonoro para avisos.
Iluminação - Como possui pouca cobertura em suas duas únicas plataformas, aproveita bem a luz natural e a iluminação noturna não é muito ruim embora esteja abaixo de um viaduto.
Sanitários - Possui tanto para os operadores e funcionários quanto para os passageiros e estão bem localizados e razoavelmente conservados.
Conservação e limpeza - Com exceção das placas de informação, o restante da estrutura está bem conservada e a limpeza parece ser feita com frequência.
Informações úteis - Um ponto negativo são as informações aos passageiros neste terminal, as poucas placas estão desatualizadas ou não possuem informações. Totens estáticos para cada linha também não contribuem para as informações.
Bilheteria - Pequena e acanhada localizada no acesso principal do terminal, aparenta ser sempre tranquila. 
Máquinas de autoatendimento - Duas máquinas para recargas e pontos de recarga espalhados pelo terminal, um ponto a favor. 
Outros serviços - Caixas eletrônicos 24 horas.
Resumo: Um terminal simples, com cinco linhas diurnas e duas noturnas, além das linhas de passagem, atende de forma simples os passageiros que utilizam o terminal. Algumas reformas seriam bem vindas para melhorar o serviço prestado.

Estação de Transferência de Itaquera - Entregue em 2013, a estação de transferência surgiu após muitas mudanças nas linhas da Área 4 Leste da cidade, portando houve a necessidade de reestruturar algumas linhas que atendem a região. Localizado na avenida José Pinheiro Borges, logo abaixo dos viadutos da avenida Jacu Pêssego, é um ponto de transbordo de tamanho médio para atender algumas linhas, será que atende bem a demanda?
Plataformas principais da estação de transferência. Foto: Victor Santos. 
Acessibilidade - Apenas faixa de pedestres com rampas, sem rota tátil e sinalização visual.
Iluminação - Bem baixa durante os dias por estar debaixo de um complexo de viadutos, durante as noites é mediana a iluminação.
Sanitários - Possui apenas para os funcionários das empresas de ônibus.
Conservação e limpeza - Uma estrutura simples e relativamente conservada, um pouco suja no dia da visita.
Informações úteis - Nada além de placas individuais para cada linha, e placas de informações para as muitas linhas de passagem (totalmente desatualizadas e antigas). 
Bilheteria - Não possui.
Máquinas de autoatendimento - Não possui, poderia existir.
Outros serviços - Alguns quiosques de lanchonetes. 
Foto: Victor Santos.
Resumo: Por ser apenas um ponto de transferência que, na teoria, deve ser rápido para que os passageiros fiquem pouco no local, é de fato uma estação de transferência simples e de fácil implantação, embora a simplicidade poderia acabar no caso das informações. 

Terminal Penha - Localizado no distrito da Penha no cruzamento das avenidas Cangaíba e Gabriela Mistral, o terminal da Penha inaugurado em 1980 pela CMTC para abrigar as linha de trólebus e convencionais. Com poucas linhas, sobretudo ligações locais, o movimento deste terminal é baixo em comparação com outros terminal da área. Vejamos se atende à pouca demanda.
Fachada do terminal Penha. Foto: Gustavo Bonfate.
Acessibilidade - Possui uma passarela que interliga o acesso principal as quatro plataformas, possui rota tátil e corrimãos para melhor locomoção e segurança. Dois elevadores, sendo um para acesso da passarela à plataforma quatro, e outro para acessar a administração do terminal. Faixa de travessia de pedestres e avisos sonoros também ajudam as pessoas.
Iluminação - Deixa muito a desejar durante o dia, pois mesmo em dias ensolarados o terminal causa a sensação de escuridão. Nos períodos noturnos a iluminação é mais razoável. 
Sanitários - Disponíveis para os passageiros e funcionários, o estado de conservação e limpeza estavam bons no dia, há também sanitários acessíveis. 
Conservação e limpeza - Talvez o melhor terminal nesse quesito na Área 3, uma estrutura que aparenta ser nova e uma limpeza muito bem feita no terminal, ao menos no dia visitado.
Informações úteis - Outro ponto a favor para o terminal da Penha, as informações nos painéis eram úteis e atualizados para melhor compreensão dos passageiros. Embora os totens para algumas linhas sejam estáticos, ainda sim as informações são bem legíveis.
Bilheteria - Localizada no acesso principal, possui um movimento considerável mas bem tranquilo. 
Máquinas de autoatendimento - Duas máquinas para recargas dos bilhetes e pontos de recarga por todo o terminal. 
Outros serviços - Quiosques de lanchonetes e caixas eletrônicos 24 horas.
Foto: Gustavo Bonfate.
Resumo: Um bom terminal, mesmo sendo pequeno dado o tamanho e importância do distrito servido, a estrutura atende bem a população e aos funcionários, embora possua pouco movimento. Houve planos para a construção de um outro terminal, mas até o momento nada concreto. 

Terminal São Miguel - Conhecido popularmente como "terminal fantasma" ou "elefante branco amarelo", este terminal é um exemplo típico de péssimo planejamento e seguimento de projetos. Inaugurado em 2006, houve todo um planejamento para fazer deste terminal um polo de conexão da região, inclusive com a extensão da Avenida Deputado Doutor José Aristodemo Pinotti a partir do cruzamento com a Marechal Tito até o terminal. Sem seguir o planejamento ou ao menos avaliar a integração com a Linha 12 da CPTM que possui uma estação no centro do bairro à poucas quadras do local, o terminal tornou-se pouco essencial para o imenso distrito de São Miguel Paulista. Vejamos se ao menos atende bem a população.
Grande terminal, baixo movimento. Foto: Gustavo Bonfate.
Acessibilidade - Mesmo que as plataformas sejam muito estreitas, possui rota tátil desde o acesso às plataformas e faixas de travessia para pedestres rebaixada, mas faltou avisos sonoros. 
Iluminação - Ao menos um ponto positivo, a iluminação do dia favorece bem o terminal, e nos períodos noturnos também é bom a iluminação.
Sanitários - Existe para os passageiros e funcionários em um bom estado de conservação.
Conservação e limpeza - Pelo baixo movimento, é um pouco óbvio que estava em bom estado e limpo. 
Informações úteis - Placas com informações sobre poucas linhas, totens estáticos e digitais para algumas linhas e todas atualizadas, nada demais para um pequeno terminal. 
Bilheteria - Uma pequena bilheteria instalada no acesso principal, aparenta estar sempre tranquila. 
Máquinas de autoatendimento - Possui duas máquinas de recarga, sendo uma aceitando somente cartões de débito, além de pontos de recarga apenas no acesso ao terminal.
Outros serviços - Além da bilheteria, máquinas de recarga e sanitários, o terminal não oferece mais nada além disso.
Resumo: O terminal mais novo da Área 3 Nordeste é também o mais vazio e mais mau localizado, o exemplo típico de péssimo planejamento da gestão municipal. Embora atenda bem aos passageiros, não tem a muita importância para a região nordeste da cidade, sendo um tremendo gasto em algo sem o mínimo de eficiência. Fica o registro para que as gestões atuais revejam os projetos antes de implantá-los. 
Vista interna do terminal. Foto: Gustavo Bonfate.
Fonte de informações: SPTrans. Para mais informações sobre linhas e horários, consulte a SPTrans ou aplicativos.