Corredor Paes de Barros
O primeiro corredor inaugurado na capital teve suas obras iniciadas ainda na década de 1970, como propulsor do Plano SISTRAN (Sistema de Transportes Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de São Paulo) liderado pela gestão municipal de Olavo Setúbal e pela CMTC. Segundo o Plano SISTRAN, os corredores teriam a operação somente para os trólebus, entre linhas expressas e paradoras. Inaugurado no dia 31 de março de 1980, o corredor trouxe diversos resultados positivos para a região atendida, sendo usado como experiência para a implantação dos demais corredores a partir desses resultados. Na época de sua inauguração, previa-se cerca de 280 km de corredores para trólebus espalhados pela cidade, incluindo a região metropolitana, entre eles estavam os corredores Celso Garcia, Casa Verde, São Mateus e Santo Amaro, sendo que somente parte deles foram entregues, caso do corredor Paes de Barros e Santo Amaro. O projeto foi liderado pela CMTC e sob a gestão de Lauro Rios, secretário municipal dos Transportes na época que sustentava a tese de que os corredores exclusivos de ônibus deveriam ter apenas os trólebus em operação, enquanto os ônibus convencionais operariam apenas como alimentadores das linhas principais.
O Plano Sistran não foi devidamente implantado devido a desistência das gestões municipais posteriores e como outros projetos foram criados, foi-se deixando de lado a proposta original dos corredores, mesmo que para a época fosse necessário.
O Plano Sistran não foi devidamente implantado devido a desistência das gestões municipais posteriores e como outros projetos foram criados, foi-se deixando de lado a proposta original dos corredores, mesmo que para a época fosse necessário.
Parada Juventus recém implantada. Foto: Allen Morrison (Retirada da Internet). |
Parada Inhomerim: Segregação fez parte do projeto desde o inicio. Foto: Allen Morrison (Retirada da Internet). |
Junto com o corredor foi inaugurado o Terminal Vila Prudente, estando localizado ao final do corredor e tinha como objetivo atender as linhas oriundas dos bairros e linhas com destino ao centro. Sim, nesse terminal era realizada a transferência entre as linhas convencionais locais para os trólebus, e um detalhe: a transferência não era somente física, mas também era gratuita, pois o pagamento da tarifa era realizado antes do embarque nos ônibus. Esse sistema também foi implantado pela CMTC durante a década de 1980 e foi implantado também nos terminais Penha, São Mateus, Vila Carrão, Casa Verde e posteriormente nos demais terminais da cidade.
Seguindo o projeto, a exclusividade dos ônibus no corredor veio associado á preferência dos coletivos nos cruzamentos, com faixas que evitam que os carros invadam o corredor para realizar as convenções a esquerda.
Na década de 1990, com o fim da CMTC e a chegada da SPTRANS, o corredor passou a ser cuidado pela atual gestora e as linhas foram repassadas as empresas contratadas. A operação em si do corredor não teve uma modificação significativa. Por atender a linhas com demanda razoável e uma região não tão densa, o corredor não teve um desgaste excessivo na estrutura, pois sempre foi uma região razoavelmente tranquila no quesito trânsito.
Parada Inhomerim depois da reforma em 2004. Foto retirada da Internet, créditos ao autor. |
Já nos anos 2000 houve muitas mudanças no que se diz a operação do corredor. Houve em 2001 a troca de gestão municipal para a Marta Suplicy que começou uma campanha anti-trólebus na cidade, tendo desativado entre 2002 e 2004 diversas linhas de trólebus que foram criadas anos atrás. Juntamente com o secretário dos transportes Jilmar Tatto, atual secretário de transportes da gestão atual, desativarão os trólebus dos corredores Santo Amaro e Casa Verde sem nenhum argumento técnico ou estudos que justificassem a retirada dos trólebus. O corredor Paes de Barros foi o único a resistir ao sucateamento dos trólebus, tendo continuado a operação dos trólebus nesse eixo. Em março de 2004 houve a reforma para a troca dos abrigos nas paradas do corredor, tendo sido trocadas pelas coberturas instaladas na gestão da Marta Suplicy.
Parada São Cristovão. Foto: Gazeta Virtual, créditos ao autor. |
Terminal na década de 1980. Foto: Allen Morrison. |
"Terminal" Vila Prudente nos dias atuais, note que o antigo local está coberto Foto: Gustavo Bonfate. |
Novo Terminal Vila Prudente. Foto retirada do site Viatrolebus. Créditos ao autor. |
O corredor atualmente atende cerca de 80 mil passageiros por dia útil com sete linhas municipais, sendo uma linha noturna. Até meados de 2014 existia a linha intermunicipal TRO 067 da Viação Santa Paula que atendia o corredor e operou ininterruptamente por cerca de 40 anos, até ser gradativamente desativada pela EMTU/SP.
O corredor possui 4 km desde o cruzamento da Avenida Paes de Barros com a Rua da Móoca ao cruzamento com a Avenida Professor Luis Ignácio de Anhaia Mello. Conta com sete paradas ao longo do corredor que cruza com diversas ruas e bairros do distrito da Mooca.
Nas redondezas e nas ruas locais do corredor há diversos bares, restaurantes, casas de classe média alta, grandes e pequenos edifícios comerciais e o comércio local de pequeno, médio e grande porte. A região foi valorizada no termo urbanístico e mobiliário, sendo o ponto crucial de diferença entre esse corredor e os demais implantados na cidade. O tempo passou e casas pequenas deram lugar a casas maiores, comércios e edifícios maiores.
Nas redondezas e nas ruas locais do corredor há diversos bares, restaurantes, casas de classe média alta, grandes e pequenos edifícios comerciais e o comércio local de pequeno, médio e grande porte. A região foi valorizada no termo urbanístico e mobiliário, sendo o ponto crucial de diferença entre esse corredor e os demais implantados na cidade. O tempo passou e casas pequenas deram lugar a casas maiores, comércios e edifícios maiores.
O corredor foi o pontapé inicial para a implantação dos corredores seguintes na capital. Sem os bons resultados que foram obtidos, não teríamos o novo conceito de segregação naquela época para os ônibus.
Curiosidades sobre o corredor:
- Até o dia 28 de Fevereiro de 2015, a linha 3160/10 (Terminal Vila Prudente – Terminal Parque Dom Pedro II) operava no esquema de 24 horas, sendo uma das poucas linhas que existiam nesse tipo de operação com intervalos de uma hora nas madrugadas. Com a chegada da nova rede noturna, a linha teve seu período de operação entre as 4 horas até as 23:30. A partir da meia noite até as 4 da manhã, a linha N504/11 (Terminal Sacomã – Terminal Parque Dom Pedro II) faz o percurso da 3160/10, porem fazendo um percurso maior, indo pelo Viaduto Bresser, ruas João Boemer, Silva Tales, Casemiro de Abreu, Oriente, Largo da Concórdia, Gasômetro, na ida; e na volta pela Avenida Rangel Pestana. Mesmo assim é atrativa pelo intervalo de 15 minutos.
- A Parada Oratório possui embarque apenas para o sentido Bairro, sendo a única que não tem o ponto sentido Centro.
- As linhas com o maior frequencia do corredor são: 3160/10 e 573A/10 (Metrô Bresser – Vila Alpina Circular) que possuem intervalos de 7 á 8 minutos entre os ônibus respectivamente. A com menor frequencia está a 373M-10 (Jardim Guairaca – Shopping Metrô Tatuapé) que em algumas faixas horárias opera com um intervalo de 25 á 30 minutos. A linha 2101/41 (Praça Silvio Romero – Vila Prudente Circular)opera com intervalos de uma em uma hora durante o dia.
- Atualmente é o único corredor com paradas que ficam à direita do ônibus, mesmo estando no canteiro central da avenida. Isso se deve ao projeto original que também foi aplicado no corredor Santo Amaro inicialmente e depois da retificação em 2004 foi alterado com paradas do lado esquerdo do ônibus.
Mooca
Parque da Mooca
Vila Prudente
Atrativos ao redor do corredor:
- Estação Vila Prudente do Metrô
- Largo da Vila Prudente/Praça Padre Damião
- Agencia dos Correios
- 18° Tabelião de Notas
- Uniesp/UNICAPITAL
- Clube Atlético do Juventus
- Hospital Municipal/AMA Dr. Ignácio Proença de Gouvêa (João XXIII)
- Hospital São Cristovão
- Parque Sabesp – Mooca
- CDC Parque da Mooca
- Teatro Arthur Azevedo
- Rua da Mooca
- Rua do Oratório
- Universidade São Judas Tadeu – Mooca
Por Victor Santos |
Mapa do corredor. Por Gustavo Bonfate. |
Fontes: BRTdata, SPTRANS, Folha de São Paulo (Acervo DIgital), Prefeitura de São Paulo e Subprefeitura da Móoca.
Fotos: Allen Morrison (Trolefolia).
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