terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Corredor Pirituba - Centro

O Passa Rápido Pirituba - Lapa - Centro

O distrito de Pirituba desde sempre foi mal servido pelo transporte público, mesmo contanto com a ferrovia desde o século passado.  As linhas de ônibus seguiam desde os bairros mais afastados até o centro sem ter prioridade nas avenidas e superlotando as mesmas. Com isso, em 2001, logo após assumir a prefeitura, Marta Suplicy iniciou os projetos para diversos corredores de ônibus, o chamado Passa Rápido, espalhado pela cidade e incluía a região do Pirituba que ganharia inclusive um terminal de ônibus para acomodar as linhas locais e estruturais. O projeto desse corredor era de 1997, na gestão Celso Pitta, mas foi reformulado para a rede atual. 
Terminal Pirituba.
Foto: Gustavo Bonfate.

Em 14 de dezembro de 2003 foi então inaugurado o corredor Pirituba – Lapa – Centro e fez a mobilidade da região avançar e muito com a diminuição do número de linhas nas avenidas para concentrar apenas linhas troncais e o ganho no tempo de viagem. Para realizar a função de transferência entre linhas locais dos bairros e linhas estruturais para o centro foi inaugurado também o Terminal Pirituba que beneficiou não só o distrito de Pirituba, mas como também outros distritos como Perus, Brasilândia e Freguesia do Ó.
O corredor também trouxe outros tipos de benefícios como a questão do paisagismo da região como o plantio de mudas e árvores no canteiro central e a melhora do calçamento, embora em alguns trechos isso não ficasse eminente como nas avenidas Miguel de Castro e Cabo Adão Ferreira onde as paradas são do lado direito da via e as coberturas mais simples em algumas paradas. Nas avenidas Edgar Facó e Ermano Marchetti as paradas são do lado esquerdo do ônibus até a chegada no Terminal Lapa, onde também foi inaugurado no mesmo dia que o corredor.
Parada Petrônio Portela, trecho Pirituba - Lapa.
Foto: Gustavo Bonfate.

O trecho Lapa – Centro é bem peculiar já que o corredor segue pelas ruas Guaicurus (Sentido Bairro), Catão e Clélia (Sentido Centro) até o encontro da Avenida Francisco Matarazzo que possui um alto número de comércios, edifícios empresariais e institucionais. Mas com certeza o trecho mais interessante é nas avenidas General Olimpio da Silveira e São João que seguem por baixo do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, no qual serve como cobertura das paradas, mas infelizmente serve como abrigo de moradores de rua que dormem próximos dos pilares do elevado e das paradas. Esse trecho também é marcado pela existência desde 2015 da ciclovia que foi implantada na atual gestão municipal de Fernando Haddad. Diferente da ciclovia da Avenida Edgar Facó que tem sua própria prioridade e afastada do tráfego de pedestres, a ciclovia da São João corta as paradas sem qualquer separação física, o que gerou acidentes com pedestres por causa das curvas fechadas devido aos pilares.
Parada Angélica, trecho Lapa - Centro.
Foto: Gustavo Bonfate.

Na chegada ao centro, o corredor segue pela Rua Pedro Américo, Praça da República, Avenida São Luís, Rua Coronel Xavier de Toledo até a chegada à Praça Ramos de Azevedo, o fim do corredor. Na volta segue pelo Largo do Paissandu e Avenida São João.
Na concepção original do corredor as linhas oriundas da região noroeste fariam ponto final no Terminal Amaral Gurgel, próximo da Avenida São João. A partir dele existiriam linhas para o centro e desafogando o mesmo. Porém, basta olhar para o terminal e veremos que o plano jamais daria totalmente certo uma vez que a estrutura está quase espremida pelos pilares do elevado e possuir apenas duas plataformas pequenas demais para acomodar tantas linhas, ou seja, dinheiro jogado no ralo...
Parada Tibério, Rua Guaicurus;
Foto: Gustavo Bonfate.

Porém, antes dos benefícios, o corredor gerou confusão para os motoristas de ônibus e passageiros pois com essas mudanças, que estavam previstas meses antes, a SPTrans não informou ou ajudou a controlar as mudanças e isso gerou confusão com itinerários e operação dos terminais, até então eram no sistema Pré Embarque onde os passageiros precisavam pagar a tarifa antes de entrar no terminal. O custo total da obra do corredor foi de R$ 59 milhões de reais. 
Quase 13 anos após a inauguração, o corredor é o mais importante da região noroeste e hoje se tornou essencial para a mobilidade urbana da região. Com 15,2 km de extensão e uma demanda diária de cerca de 300 mil passageiros e 39 linhas municipais e sete intermunicipais. Ao longo do corredor existe um misto de residências, comércios, edifícios residenciais ou comerciais, além de instituições e parques.
Parada Parque da Água Branca, trecho Lapa - Centro.
Foto: Gustavo Bonfate.

Talvez um dos problemas do corredor fosse ainda o excesso de linhas que causam certo congestionamento de ônibus no corredor, mas outro problema é a falta de organização dos terminais Pirituba e Lapa que estão saturados devido à grande necessidade do transporte. Uma curiosidade: por ser pequeno demais para tantas linhas, o Terminal Lapa hoje possui linhas dentro e fora da estrutura, pois o terminal não comporta tantas linhas, mesmo sendo relativamente novo.
Outro problema mais sério é a região da República que, se de dia está movimentada, à noite está vazia e perigosa e é algo a ser pensado uma vez que a linha 8000/10 Terminal Lapa – Praça Ramos faz ponto final ali juntamente com outras linhas. Para seguir para outro terminal como o Parque Dom Pedro II, passageiros devem esperar outras linhas como 2002/10, 702U/10, 8615/10(inclusive atende o corredor), 909T/10 ou 9300/10.
Fora isso o corredor precisa também de algumas reformas no pavimento dos veículos e piso das paradas, além dos abrigos estarem constantemente sujos e vandalizados. Como sempre é preciso o cuidado da prefeitura para que o corredor não perca a utilidade que tem não só como transporte, mas como urbanismo nas regiões atendidas.
Praça Ramos de Azevedo, ponto final de várias linhas do corredor.
Foto: Gustavo Bonfate.

Curiosidades

  • Com esse novo padrão de implantação de corredor com paradas no nível da rua e do lado esquerdo dos ônibus, novos padrões de ônibus também foram atribuídos pela SPTrans como veículos com Piso Baixo, embora isso já existisse em outras cidades.
  • Foi o primeiro corredor Passa Rápido inaugurado na cidade, na teoria os tipos de cobertura usados nesse corredor deveriam ter sidos usados nos demais corredores.
  • É um dos poucos que ainda usam os painéis do Olho Vivo da SPTrans que informam qual linha e qual ônibus irá chegar na parada nos próximos minutos.
  • Possui duas ciclovias integradas ao corredor: No trecho da Avenida Edgar Facó, no trecho Pirituba – Lapa, e no trecho das avenidas General Olimpio da Silveira e São João, trecho Lapa – Centro.
  • Os terminais Pirituba e Lapa quando foram inaugurados eram em sistema Pré Embarque, ou seja, o passageiro precisava pagar a tarifa antes de entrar no terminal, igual era anteriormente nos terminais da CMTC nas décadas de 80 e 90 e como é atualmente nos terminais metropolitanos do Corredor ABD. Alguns anos depois esse sistema foi desativado.
  • Possui três linhas noturnas: N102-11 Terminal Lapa – Terminal Parque Dom Pedro II e N106-11 Terminal Parque Dom Pedro II – Metrô Barra Funda, trecho Lapa – Centro, N104-11 Terminal Pirituba – Terminal Lapa, trecho Pirituba – Lapa.
Terminal Lapa, um dos principais da cidade.
Foto: Gustavo Bonfate.

Bairros atendidos
Pirituba
Nossa Senhora do Ó
Freguesia do Ó
Piqueri
Água Branca
Lapa de Baixo
Lapa
Barra Funda
Santa Cecília
República

Linhas do corredor: 39 linhas municipais e sete intermunicipais (considerando apenas linhas que atendam o corredor)
 
Linhas do trecho Pirituba - Lapa. Por Victor Santos
Linhas do trecho Lapa - Centro. Por Victor Santos.
Observações: Há linhas que passam pela lateral do corredor e atendem paradas à direita, para consultar essas linhas acessem o site da SPTrans. 
Algumas linhas que atendem o trecho Pirituba - Lapa também atendem ao trecho Lapa - Centro. Consultem os itinerários com a SPTrans.

Detalhes do corredor
Inauguração: 14 de dezembro de 2003 (13 anos)
Extensão: 15,2 km
Número de paradas: 33 paradas oficiais
Número de linhas: 39 linhas municipais e sete intermunicipais.
Integrações:
Terminal Pirituba – Linhas municipais de São Paulo e a Estação Pirituba da Linha 7 Rubi da CPTM (180 metros de distância do acesso da estação)
Parada Marginal – Integração com linhas locais
Estação de Transferência Pedro Corazza – Integração com o Corredor Inajar de Souza
Terminal Lapa – Linhas municipais de São Paulo e com a Estação Lapa da Linha 8 Diamante da CPTM
Parada Angélica – Estação Marechal Deodoro da Linha 3 Vermelha do Metrô
Parada Ana Cintra – Próxima do Terminal Amaral Gurgel e da Estação Santa Cecília da Linha 3 Vermelha do Metrô
Praça da República – Estação República das Linhas 3 Vermelha e 4 Amarela do Metrô
Praça Ramos de Azevedo – Corredor Campo Limpo – Rebouças – Centro, Estação Anhangabaú da Linha 3 Vermelha do Metrô e próximo do Terminal Bandeira da SPTrans
Texto e revisão: Victor Santos e Gustavo Bonfate.
Fotos: Gustavo Bonfate.
Pesquisas: Victor Santos.


Fontes: SPTrans, EMTU/SP, Folha de São Paulo - Cotidiano e Transporte (2003), BRT Data e Prefeitura de São Paulo.

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