quinta-feira, 18 de maio de 2017

Viagem a Curitiba (Parte 2)

Nessa segunda parte do especial Viagem a Curitiba, vamos relatar como foi à experiência no segundo dia na cidade. O dia foi marcado pela pontualidade das linhas e pela boa agilidade nas integrações entre as linhas, mas também por relatos que comprovaram que nem todo o sistema é perfeito. Confiram!


Segundo dia, 26 de abril de 2017.
Embarcamos na Estação Visconde de Nácar por volta das 10h30, algo que nos agradou foi o certo conforto adotado na implantação das estações tubo, com locais para apoiar-se, painel com as linhas e horários de partida da parada e cobrança antecipada. Embora o projeto das estações seja relativamente antigo, ainda permanecem atuais e úteis. 
Biarticulado da linha Centenário - Campo Comprido.
Por Victor Santos
Não demoramos a esperar a linha 303 Campo Comprido – Centenário do sistema Expresso, o intervalo entre os ônibus girava em torno de 5 minutos para menos. O ônibus, o DE705 (logo mais explicaremos a lógica dos prefixos em Curitiba), estava com lotação mediana e foi assim durante todo o percurso. A linha é basicamente um Leste – Oeste da cidade e foi implantada em maio de 1995 ligando dois terminais ao leste e oeste passando pelo centro e alguns terminais de transferência como o Campo da Siqueira, Capão da Imbuia e o Oficinas. 
Desembarque da linha no Terminal Centenário.
Note que o desembarque e embarque das expressas
é na altura do piso do ônibus.
Por Victor Santos
A viagem durou cerca de 30 minutos e correu tranquilamente sem grandes problemas já que o ônibus opera dentro do sistema de canaletas (corredores exclusivos). No Terminal Centenário percebemos que o terminal é cercado pelo bairro Cajuru e que boa parte dos moradores depende do sistema de transporte da cidade, ou seja, o terminal estava com um movimento intenso para a linha direta e expressa. O terminal possui duas linhas expressas, uma direta, sete alimentadoras e duas “madrugueiras” que operam no período noturno.
Passamos um tempo no Centenário e logo pegamos a linha 335 Centenário – Boqueirão, do sistema Alimentador, mas que se parecia mais a uma linha interbairros, pois ligava dois terminais sem passar pelo centro, mas com um itinerário direto e objetivo. As 11h20 partimos rumo ao Terminal Boqueirão e menos de 30 minutos chegamos ao destino, à linha não lotou muito, embora o ônibus que realizou a viagem ser um articulado (DR407). 
Embarque da linha Ligeirão Boqueirão e de outras linhas Expressas.
Por Victor Santos.
O terminal Boqueirão é um dos principais da região sul da cidade, pelo menos a nosso ver, recebendo 12 linhas alimentadoras, cinco linhas diretas, quatro expressas e três madrugueiras. Além dessas, o terminal é atendido com um tipo diferente de linha: O Ligeirão Boqueirão que faz parte das linhas expressas diretas. A linha que atende o terminal é a 500 Ligeirão Boqueirão que liga o terminal à Praça Carlos Gomes no centro. Essa linha permitiu que os passageiros do Terminal Boqueirão chegassem ao centro em 25 minutos de percurso e poucas paradas, fazendo jus ao termo “Expresso”. Com intervalos de quatro minutos, os veículos que operam nessa linha são os novos Neobus Mega BRT azuis que são atualmente os maiores ônibus do mundo com 28 metros de comprimento fabricados em 2011.
Ligeirão no Terminal Boqueirão.
Por Gustavo Bonfate

As 12hs embarcamos na linha 500 sentido Praça Carlos Gomes no veiculo GE708 com lotação total, embora logo chegasse outro. O conforto dentro do ônibus assegurou a tranqüilidade da viagem, a prioridade dos semáforos, poucas paradas e paradas apenas em pontos estratégicos ou de grande movimento. Todas as paradas e pontos de conexão eram anunciados pelo sistema de informação do ônibus, assim como nas demais linhas expressas e diretas, lembrando que até o momento não tínhamos efetuado nenhum outro pagamento de tarifa além da primeira na Estação Visconde de Nácar.
Embarque sentido Boqueirão na Praça Carlos Gomes.
Por Victor Santos.
Vinte minutos depois e chegamos a Praça Carlos Gomes, no centro da cidade e principal ponto de integração com outras linhas, embora não houvesse conexão gratuita. A parada para o almoço durou uma hora e as 13h20 embarcamos em mais uma linha do Ligeirão, dessa vez na 550 sentido Terminal Pinheirinho e, assim como a outra, não demorou mais de 30 minutos e chegamos em Pinheirinho, outro grande terminal. Nesse terminal, localizado na região sul, o terminal recebe muitas linhas alimentadoras, 26 linhas, Interbairros, duas linhas, diretas, cinco, expressas, cinco, e expressas diretas, uma. 
Interior do Biarticulado Ligeirão.
Por Victor Santos
Além dessas linhas, também há possibilidade de integra-se as linhas do sistema metropolitano de Curitiba que atende cidades ao sul e atendem o terminal, sim, em Curitiba há possibilidade de sair das cidades ao redor da capital e ir em direção ao centro ou outra cidade sem o pagamento de outra tarifa se for feita a integração em terminais como esse.
Uma das coisas que percebemos nesse terminal é que além do comércio, há diversos serviços oferecidos para os passageiros dentro da área paga, algo muito interessante. 
Como ainda iríamos à cidade de Pinhais, deixamos o terminal rumo ao Terminal Cabral, do outro lado da cidade, onde viajamos na Interbairros II no sentido horário (020). Sim, em Curitiba as linhas ainda seguem uma ordem para identificar para onde está indo, pois no caso das interbairros, elas são circulares embora tenham o mesmo itinerário só que operando em sentidos opostos em alguns casos. 
Terminal Cabral.
Por Victor Santos.
Outra viagem rápida e direta e chegamos com pouco mais de 25 minutos de percurso e então viria uma das partes mais difíceis do roteiro. Ao chegarmos ao Terminal Campo de Imbuia, esperamos pela linha C01 Pinhais - Rui Barbosa que é administrada  e pela COMEC (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) que controla as linhas que partem de cidades ao redor de Curitiba em direção a capital. Embora a viagem até o terminal Pinhais não fosse tão longa, seis estações à frente, a demora dessa linha nos assustou, chegando a 40 minutos de espera o que ocasionou na lotação da plataforma. Assim que o bi articulado chegou, houve certo desespero para embarcar e desembarcar, mas mesmo assim tudo organizado de certa forma, pois quem iria embarcar esperou todos desembarcarem civilizadamente sem grandes problemas. 

Bi-articulado da linha C01 Pinhais - Rui Barbosa.
Por Gustavo Bonfate

Ao saber que estávamos avaliando o sistema de transportes da capital paranaense, uma passageira que trabalha na capital e mora em Pinhais começou a conversar conosco. Falou sobre sua chegada a capital, que trocou o carro pelas linhas expressas pela comodidade e economia de dinheiro e tempo, 25 minutos entre sua casa e o trabalho na Praça Rui Barbosa, além de sempre conseguir viajar tranquilamente em quase todos os dias. Assim como os demais passageiros, a mesma admirava o Metrô e Trem de São Paulo, mas não disse que Curitiba precisaria de um sistema sob trilhos para melhorar, apenas ampliar a frota, expandir linhas e melhorar a operação inclusive dessa mesma linha, C01, que perdeu alguns ônibus segundo a passageira pelo simples fato de não ser uma linha administrada pela URBS diretamente.
Com pouco mais de 30 minutos de viagem, enfim chegamos a Pinhais, outro imenso e importante terminal onde os passageiros oriundos do centro podem transferir-se para as linhas municipais da cidade sem o complemento da passagem, integração total. O terminal é integrado também a um shopping da região que compartilha o mesmo prédio e terreno do terminal, o Shopping Metropolitano de Pinhais.
Terminal Pinhais, plataforma das alimentadoras.
Por Victor Santos
Como já estava anoitecendo, era hora de voltar para o centro, então embarcamos na linha direta 304 Pinhais – Campo Comprido que saiu lotado do terminal e foi direto para o Terminal Campo de Imbuia novamente, sem paradas no percurso, onde embarcamos novamente na linha 303. Uma coisa interessante: a linha 304 embora ligue dois terminais diretamente, faz uma longa parada na Estação Praça Tiradentes, quase que um ponto final da linha.

Resumo do segundo dia
Embora boa parte das linhas nos impressionasse com os trajetos diretos, ônibus impecáveis, integrações bem feitas, o último trajeto para Pinhais mostrou que falta um pouco mais de organização nas linhas metropolitanas. Depois do repasse das linhas metropolitanas para a COMEC, pelo que vimos ainda que falta melhorar o controle das partidas como nas linhas municipais. Outro fato é que alguns veículos do sistema direto, expresso e alimentador possuem uma idade media de 15 anos, mas pelo que foi avaliado isso não compromete a operação, o que nos faz reforçar que a manutenção bem feita faz o veículo operar como um novo.
Veículo do sistema alimentador com 15 anos de operação, no Terminal Oficinas.
Por Gustavo Bonfate

Sobre os prefixos dos ônibus, a lógica que o sistema de Curitiba segue é a seguinte:
Ex1: DE700


A primeira letra significa a empresa, no caso D – Empresa Cristo Rei (antiga CCD Transporte Coletivo). A segunda letra identifica em qual sistema o veículo opera, no caso E – Expresso, embora os ônibus mais antigos ainda estivessem com o D – Biarticulado. Os últimos três dígitos são os números dos ônibus. Saiba mais sobre isso por aqui: 

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