terça-feira, 27 de junho de 2017

Trem série 9500 da CPTM

Série 9500 operando na Linha 7 Rubi.
Por Yuri Gabriel
Talvez, uma das grandes expectativas, tanto pelos passageiros quanto pelos funcionários da CPTM, é a renovação do material rodante da companhia. Desde a entrega dos primeiros novos trens da série 8500 da companhia, muita expectativa foi gerada por passageiros, entusiastas e funcionários sobre como e quando será entregue a nova série da companhia: os TUE’s 9500.
Em junho de 2013, o governo estadual anunciou os vencedores da licitação para a fabricação de 65 novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A espanhola CAF (na época já com fábrica no Brasil) venceu a concorrência para 35 trens, enquanto o Consórcio IESA, composto pelas empresas IESA e Hyundai-Rotem, recebeu a ordem dos 30 trens restantes da licitação.
A princípio, o prazo para a entrega do primeiro dos 65 trens era de 18 meses após a assinatura dos contratos de ordem de fabricação. Ou seja, em meados de 2015 e 2016, o primeiro trem desse lote deveria ter sido entregue para a companhia e colocado em operação ainda nessa época, mas por diversos motivos, o primeiro trem da série 8500 foi posto em operação em  julho de 2016. Para os que não sabem, o lote dos 35 trens em fabricação pela CAF é a série 8500, enquanto o lote restante foi entregue ao consórcio IESA Hyundai-Rotem e denominada como série 9500.
Pois bem, no dia 13 de junho de 2017, cerca de quatro anos depois, o 118º novo trem a ser entregue foi posto em operação na Linha 7 Rubi da CPTM, após algum tempo em testes pelas vias da empresa. Essa unidade, D508, foi fabricada na Coréia do Sul, sede da Hyundai, e finalizada em seu novo pátio fabril em Araraquara, interior de São Paulo. Essa composição sempre era vista por diversos entusiastas e blogueiros do ramo em testes ou estacionadas nos pátios e oficinas da companhia, e após um tempo fazendo testes nas vias operacionais da Linha 7.
Segundo a boatos que correm pelas redes sociais, das 30 composições, 20 devem operar na Linha 7 Rubi e os 10 restantes devem operar na Linha 10 Turquesa da companhia. Ainda não se sabe se isso é apenas um boato ou se é algo oficial, e nem se a serie 2100, trens que operam exclusivamente na Linha 10 e é a única frota da linha até então, serão remanejados ou retirados do sistema. Também não se sabe se a CPTM ira usar as frotas 8500 e 9500 na operação da Linha 13 Jade, que “deve” entrar em operação em meados de 2018/2019, embora a intenção seja licitar uma frota própria para a linha.
Série 9500 estacionada na Estação Francisco Morato da Linha 7 Rubi.
Por Yuri Gabriel
Sobre a Série 9500
Fabricados pela Hyundai Rotem, a série 9500 faz parte do lote de trens licitados pelo governo paulista em 2013 para 65 novos trens que devem substituir as composições mais antigas da CPTM. Sendo assim, a coreana se encarregou de 30 dos 65 trens a serem entregues para a companhia. Esses trens devem seguir o padrão adotado pela CPTM desde a série 8000, fabricada pela CAF entre 2011 e 2012 para a Linha 8 Diamante. Alias tanto a CAF quanto a Hyundai, já possuem histórico no sistema paulista de trens e metrôs. A espanhola CAF produziu as séries 7000, 7500, 8000 da CPTM, e está fabricando os novos 8500 do lote de 35 trens restantes, também para a CPTM, além ter fabricado a Frota H do Metrô - SP e também está produzindo novas unidades para a Linha 5 Lilás, a Frota P.
A Hyundai Rotem foi encarregada de fabricar a Frota 4000 da Linha 4 Amarela do Metrô de São Paulo, operada pela Via Quatro, fabricadas entre 2009 e 2010 e também está encarregada da fabricação de mais 15 novas unidades da Fase 2 da série.
Layout dos assentos também é um diferencial dessa série.
Por Yuri Gabriel
A CPTM adotou o seguinte padrão para os trens mais novos: Passagem livre entre os vagões (Open-Gangway), layout dos assentos diferenciado, 170 metros de comprimento, oito carros com livre passagem, sistema de vídeo vigilância, sistemas de sinalização mais novos, telas informativas e outros itens mais avançados. A série 9500 marcou a entrada da fabricante coreana nos trens metropolitanos em São Paulo, e deve também marcar a nova fase da companhia pois, com mais frotas disponíveis em mãos, a empresa pode, por exemplo, retirar de circulação as frotas mais antigas do sistema, como as séries 1100 e 1700, fabricadas em 1957 e 1987 respectivamente. Também ocorrerão diversos remanejamentos de frota nas linhas da CPTM, assim como ocorreu com a chegada dos 8500, o que pode trazer mais conforto aos usuários da companhia e ainda garantir mais confiabilidade e segurança nas viagens.
Painel do interior do trem mostrando o mapa da linha e as estações.
Por Yuri Gabriel
A fabricação dessa série, juntamente com a série 8500, atravessou diversos empecilhos até entrar em operação na companhia. No caso da série 9500, a empresa IESA acabou enfrentando dificuldades financeiras e deixou o consórcio com a coreana, fazendo da Hyundai a única responsável pela fabricação dos trens dessa série. O problema é a fabricante coreana não possuía um pátio fabril pronto em solo brasileiro, tanto que a primeira unidade a chegar na CPTM foi construída na Coréia do Sul e finalizada no então novo pátio fabril da empresa asiática no interior paulista, entregue em meados de 2016. Mas, devidos aos atrasos para a entrega dos novos trens, o Ministério Público investigou o contrato de compra feito pela CPTM, segundo o MP, os trens já deveriam estar em plena circulação segundo o contrato. Segundo a companhia paulista, houve falhas em algumas unidades das séries e precisaram ser avaliados e testados durante um bom tempo até resolverem os problemas.
A primeira unidade coreana chegou em em 2016 no pátio da empresa em Presidente Altino, Osasco, e permaneceu em testes ou estacionados pelas linhas da empresa até junho desse ano, quando foi entregue para a chamada "Operação Assistida", em que o trem opera fora dos horários de maior movimento e aos poucos devem entrar em plena operação. Inclusive, a unidade D508 já realizou viagens até Jundiaí, ponta final da Linha 7 Rubi.
Passagem livre entre os carros, padrão dos novos trens.
Por Yuri Gabriel
Nos próximos meses, a CPTM prevê iniciar as operações de mais unidades das séries 8500 e 9500, e consequentemente deve retirar de circulação mais trens antigos, para alegria de quem usar os trens todos os dias e está cansado de não poder confiar se a viagem irá terminar ou não. Trabalhadores, estudantes e pessoas que precisam realizar atividades na capital ou em outras cidades e precisam dos trens da CPTM. Sabemos que é triste ver trens antigos que fizeram história no desenvolvimento da capital e de outras localidades, mas o tempo passou e a vida moderna pede rapidez e confiança nas viagens. A baixa de unidades antigas é pelo bem de quem precisa realmente dos trens, e os trens antigos devem ser mantidos em "operação" na memória e nos registros fotográficos.
A série 9500 deve ser mais um passo para a mudança da CPTM.
Por Yuri Gabriel

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