terça-feira, 5 de setembro de 2017

Sistema integrado de transportes: A solução para uma boa mobilidade urbana

Vivemos em uma megalópole que necessita de mais velocidade nos trajetos, mais facilidade nos deslocamentos e com isso teremos mais tempo para podermos utilizar com a família, amigos, lazer e etc..
Modais dos transporte metropolitano 
por Gustavo Bonfate.
É sabido que a região metropolitana cresceu de forma desordenada e houve diversos projetos que na época acompanhava o crescimento, porém não saíram do papel. São projetos de urbanização, de linhas de metrô, corredores de ônibus que até hoje são somente história. Em casos mais extremos, eram implantados pela metade.
Plano de avenidas de SP elaborado por Prestes Maia.
Créditos ao autor.
As linhas de ônibus vinham dos bairros até o centro da cidade, tendo como grandes pontos de concentração o Parque Dom Pedro II, Praça da Bandeira, Praça da Sé, dentre outros pontos na região Central. Essa lógica de sair de pontos mais longínquos era uma herança do sistema de bondes que por muitos anos foi o principal meio de transporte da capital.
Praça da Bandeira em 1977. 
Créditos ao autor.
Os anos se passaram e a população cresceu sem controle e o sistema de transporte de transporte pouco avançava. Vendo as grandes restrições operacionais que os bondes tinham, foram colocados trólebus e veículos a ônibus a diesel para que pudessem ir a bairros mais longe e dar mais versatilidade e velocidade ao transporte.
Trólebus na época da CMTC.
Créditos ao autor.
Em 1968, depois de muitos projetos e planos recusados, foi dada início a obra do Metropolitano de São Paulo com projeto elaborado pelo consórcio alemão HMD (Hochtief, Montreal Empreendimentos e Deconsult). Nesse momento, podemos observar uma das primeiras ideias de seccionamentos de linhas na cidade de São Paulo. Em 1974 foi inaugurado o trecho Jabaquara-Vila Mariana e nos anos seguinte, gradualmente, foi se expandindo até Santana. Com isso, São Paulo tinha suma primeira linha de transporte de massa e consequentemente o primeiro do tipo no país.

Inauguração do Metrô em 1974.
Créditos ao autor.
Importante ressaltar que a medida que o metrô ia se expandindo, muitas linhas que iam até o Centro foram seccionadas (encurtadas) nas estações para que houvesse uma integração entre os modais. O exemplo que pode ser visto até os dias de hoje, é o terminal Santana que concentra diversas linhas com destino a bairros da zona norte.
Terminal de ônibus anexo a estação Santana da linha 01-Azul.
Créditos ao autor.
A cada ano São Paulo crescia em população e seu sistema de transporte ficava cada vez mais superlotados, consequência de um grande erro que foi dar preferência ao modal rodoviário e abandonar, por exemplo, a grande malha de bondes. Diversas cidades cresceram e diferente daqui, modernizaram os sistemas de bondes, tornando-os VLTs (Veículos Leve sobre Trilhos), gerando assim mais uma opção de deslocamento na cidade.
Bonde de Santo Amaro.
Créditos ao autor.
Uma alternativa encontra a época, que é bem vista é os dias de hoje, foi a criação de corredores de ônibus como o Santo Amaro-Nove de Julho, Paes de Barros, Cachoeirinha-Centro, dentre outros.  Além de corredores, foram criados terminais e mais uma vez as linhas foram seccionadas no modelo de várias linhas curtas alimentando o terminal e do terminal partindo várias linhas em direção ao Centro com veículos de grande capacidade.
Corredor Santo Amaro/São Gabriel/Nove de Julho.
Créditos ao autor.
Tanto a malha metroferroviária, quanto a malha de corredores de ônibus não acompanharam o boom populacional da capital. Observando que o transporte público está sobrecarregado, muitas pessoas optam por utilizar carro e com isso há enormes congestionamentos e consequentemente uma grande quantidade de poluição é lançada na atmosfera.
Com esse pequeno histórico, lhes pergunto: O que podemos fazer? Qual seria a melhor alternativa para as coisas melhorarem? No meio de todo o caos, as pessoas pedem que tenha metrô em todo o canto, com estações a cada esquina. Sempre com a ideia de “Na minha rua sim. Na minha porta jamais”. Outros dizem que a saída é a construção de corredores de ônibus nos moldes BRT - Bus Rapid Transit (da sigla inglês de Trânsito Rápido de Ônibus), com acessos e embarque semelhante Metrô e CPTM, segregado, dentre outros pontos. Cada um tem a sua teoria, sua ideologia e sua convicção.
Ao meu ver, se tivermos uma expansão que contemple um pouco de cada sistema, já teremos uma grande evolução no que tange a mobilidade urbana. Metrô e ferrovia demandam tempo e muito dinheiro. Contudo, possuem uma alta capacidade de transporte de passageiros. VLT's e corredores de ônibus custam menos e tem obras mais rápidas, embora transportam menos que o sistema sobre trilhos.
Rede futura com as linhas de Metrô, Trens (CPTM) e Corredores Metropolitanos.
Google Earth.
Portanto, não há um meio de transporte salvador da pátria! Não há um modo de transporte que vá resolver o problema de mobilidade. O sistema como um todo só irá funcionar quando houver uma grande integração entre os modais, oferecendo transporte de qualidade e opções de deslocamentos pela cidade.
A expansão das linhas de metrô é mais que necessária pela cidade de São Paulo e região metropolitana, mas só ela não resolve. A criação somente de corredores de ônibus pela cidade não resolverá o problema. Enquanto não tivermos um sistema em malha, ou seja, com várias linhas de metrô, várias linhas de trens, diversos corredores todas se integrando, nada vai mudar na mobilidade de São Paulo. 
Texto: Gustavo Bonfate. 
Revisão: Victor Santos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário