quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Corredor de Ônibus Inajar de Souza - Rio Branco - Centro

Corredor Inajar - Rio Branco - Centro

Com a boa experiência da implantação dos corredores em São Paulo na década de 1980, no inicio da década de 1990 foi iniciada a obra de mais um corredor exclusivo de ônibus, dessa vez na região norte da cidade, o Corredor Inajar de Souza – Centro. As obras foram iniciadas no ano de 1990 e foram concluídas por completo em abril de 1991, porém operou de forma experimental até a real inauguração oficial, que foi em junho do mesmo ano. O projeto foi idealizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que estabeleceu um novo padrão para os corredores de São Paulo: Embarque e Desembarque pelo lado esquerdo do ônibus e plataformas no nível do piso dos ônibus.
Padrão das paradas originais.
Foto: Mapio.net
A então prefeita Luiza Erundina foi quem iniciou e concluiu as obras do corredor, porém sem o terminal que seria inaugurado três anos mais tarde. A demanda inicial prevista pela CMTC era de 135 mil passageiros por dia e a redução do tempo de viagem de 60 minutos para cerca de 40 minutos entre o distrito e o centro da capital. Novas linhas foram criadas respectivamente e outras foram encurtadas na Vila Nova Cachoeirinha. As principais linhas tinham com destino a Praça do Correio, Barra Funda e Lapa. Tornou-se logo um importante meio de locomoção dos moradores dos distritos da Brasilândia, Vila Nova Cachoeirinha e os demais distritos da zona norte, pois facilitava o acesso dos passageiros ao centro da cidade e as estações de metrô.

Sete anos após a inauguração foi inaugurado um ramal do corredor que atenderia o Terminal Casa Verde, esse eixo teve a operação inicial com os trólebus que passaram a atender desde o Terminal ao centro passando pelas avenidas Ordem e Progresso e Engenheiro Caetano Álvares. Nesse eixo não tinha o corredor com paradas a esquerda e segregação como no eixo principal, mas ainda sim atendia ao bairro da Casa Verde com eficiência.
Abrigos instalados em 2004 já interditados para reforma.
Fonte: Prefeitura SP.
Durante a década de 1990 não se teve grandes alterações nas operações do corredor, mas no inicio da gestão da prefeita Marta Suplicy foi iniciada uma obra para retificar o corredor, que tinha acabado de completar 10 anos de operação. Em 2004 foi entregue um “novo” corredor com plataformas no nível da rua e mais simples que as originais, sendo que as plataformas antigas ficaram inutilizáveis por alguns anos, pois no mesmo período da reforma do corredor, a gestão também mudou o padrão dos ônibus, sendo que assim nenhum outro ônibus deveria ter o piso no nível da plataforma, mas no nível da rua. Ironicamente os passageiros ainda continuavam usando as plataformas altas como abrigo já que as “novas” coberturas eram tão simples que se quer conseguiam proteger os passageiros. Nessa mesma época foram retirados os trólebus do eixo da Casa Verde, com apenas seis anos de uso, o que gerou muita polêmica na época, pois também foram retirados os trólebus do Corredor Santo Amaro (já citado pelo Blog). Os problemas do corredor seguiam mesmo após a reforma pela prefeitura, já que a falta de manutenção das gestões publicas inviabilizou um melhor aproveitamento da estrutura e a deixando como uma obra velha e abandonada.
Mesmo após a reinauguração foram feitas obras.
Fonte: Prefeitura SP.

Em 2007 a prefeitura anunciou a reforma do corredor completo, com a troca do pavimento e retificação de cruzamentos e paradas. Porém, somente em agosto de 2013 foi realmente iniciada a obra que consumiu R$ 170 milhões, sendo R$ 47 milhões vieram da Prefeitura, e R$ 129 milhões do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC). Durante as obras, as linhas que trafegavam pelo corredor tiveram alguns transtornos para atender a região, mas era necessário para melhor atender a população. Além da troca das coberturas das paradas, também foram demolidos as estruturas das paradas originais, retirada total da rede aérea dos trólebus (abandonada desde 2004), troca do pavimento para os veículos, além de uma melhora nos acessos das paradas, cruzamentos e semáforos.
Foi implantada no cante rio central da Av. Inajar de Souza uma ciclovia.
Fonte: Prefeitura SP.

No dia 03 de fevereiro de 2016, o prefeito Fernando Haddad entregou as obras que duraram dois anos para ser finalizada. Os trechos reformados incluíram as avenidas Inajar de Souza, 5 km, Marques de São Vicente e Norma Pieruccini Giannotti, 4 km, Ordem e Progresso, 1 km, Rudge, 1 km, Rio Branco, 3 km, e entre Rio Branco e a Praça do Correio, 600 metros. Na Praça do Correio, foi criada uma espécie de terminal, onde as linhas estacionam em baias cobertas. Fora isso também teve a retificação da Avenida Inajar de Souza, onde foi criada uma ciclovia ao longo do canteiro central, arborização melhorada e iluminação retificada. Podemos dizer que a obra foi concluída por completo e melhor aproveitada.
Paradas foram reformadas e retificadas.
Fonte: Prefeitura SP.

Atualmente operam no corredor 27 linhas municipais e quatro intermunicipais, e com uma demanda estimada em 200 mil pessoas por dia, é com certeza uma das principais estruturas para o meio de transporte da região norte da cidade. Como o metrô ainda não chegou a região, e pode demorar para chegar, os investimentos para melhorar ainda mais a operação do corredor são bem vindas, uma vez que o corredor é importante sim para a locomoção dos usuários.
Linhas que atendem a Av. Rio Branco e a Av. Rudge.
Elaboração por Victor Santos.

Linhas que atendem o trecho entre a Av. Norma Peruccini e a Av. Inajar de Souza.
Elaboração por Victor Santos.


Curiosidades

Até meados de 2010 ainda era possível ver as paradas originais do corredor (plataforma alta) e a rede aérea dos trólebus, extinta em 2003.
Até 2013, ainda existia uma linha de trólebus que atendia a região: a 2290-41 Jardim Vila Formosa - Terminal Princesa Isabel. 
A linha diurna que opera em toda a extensão do corredor é a 9501-10 Terminal Cachoeirinha - Largo do Paissandú. No caso das noturnas seriam as N105-11 Terminal Cachoeirinha - Terminal Lapa e N101-11 Terminal Lapa - Terminal Parque Dom Pedro II.
Possui uma ciclovia no canteiro central da Avenida Inajar de Souza



Bairros Atendidos:

Vila Nova Cachoeirinha 
Brasilândia
Limão
Casa Verde
Água Branca
Barra Funda
Campos Elíseos 
Santa Efigênia 
República

Detalhes do corredor:

Inauguração: Junho de 1991 (25 anos)
Extensão: 14,6 km
Número de paradas: 26 paradas (considerando apenas paradas oficiais)
Número de linhas: 27 linhas municipais e 4 intermunicipais
Integrações:
Terminal Vila Nova Cachoeirinha - Linhas municipais troncais e locais de São Paulo.
Estação de Transferência Pedro Corazza - Acesso as linhas em direção a Pirituba.
Parada Quirino dos Santos - Acesso a linha em direção ao Terminal Casa Verde (9300).
Parada Glete - Próximo ao Terminal Princesa Isabel que dá acesso as linhas troncais de São Paulo.
Largo do Paissandú - Acesso as linhas troncais do Centro.
Terminal Praça do Correio - Próximo da Estação São Bento da Linha 1 Azul.
Mapa do Corredor e paradas.
Elaboração por Gustavo Bonfate.

Texto e revisão: Victor Santos e Gustavo Bonfate
Pesquisa: Victor Santos
Fonte: BRT Data, SPTrans, Livro - O Governo de Luiza Erundina, Prefeitura de São Paulo (Capital SP).


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