Uma grande polemica paira sobre os grupos de transportes e a sociedade como um todo, falando sobre Metrô 24 horas em São Paulo. Será que realmente é necessário?
Trem da Frota D alinhado na Estação Ana Rosa
Fonte: Gustavo Bonfate.
Atualmente São Paulo possui uma rede de pouco mais 70 km de metrô distribuídas em 5 linhas. Linha 01-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), Linha 02-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), Linha 03-Vermelha (Corinthians Itaquera-Palmeiras Barra Funda), Linha 04-Amarela (Butantã-Luz) e Linha 05-Lilás (Capão Redondo-Adolfo Pinheiro). O funcionamento do metrô de domingo a sexta se dá no intervalo das 04h40 até pouco depois da meia noite, variando de estação para estação e aos sábados das 04h40 as 01h00 da amanhã de domingo.
Malha Metroferroviária Paulistana.
No intervalo entre Meia noite e 04h40, é realizado o serviço de manutenção de via. Nessa manutenção, são realizadas analises de trilhos, dormentes, soldas, verificação de falhas ocorridas durante a operação e manutenção dos TUEs (Trem Unidade Elétrico). Para que seja feito tudo com muito cuidado e cautela, as vias são interditadas e desenergizadas. Logo fica restrita a circulação de trens.
Nos pós meia noite, ainda há diversas pessoas que precisam se locomover pela cidade. São várias pessoas que estão voltando para casa após o serviço, após a faculdade, pessoas que tem necessidades pontuais e que necessitam da malha metroferroviária. Para suprir essa ausência do Metrô, justificada claramente, a prefeitura de São Paulo readequou o sistema de ônibus noturno, fazendo o mesmo trajeto do Metrô nas 5 linhas. O grande problema é a segurança pública em ficar nos pontos de ônibus aguando os coletivos.
Linhas que suprem as linhas de Metrô na madrugada.
Fonte: Gustavo Bonfate.
Diagrama das linhas de ônibus que cobrem a malha metroferroviária.
Fonte: Gustavo Bonfate.
Fora do Brasil, existem sistemas de trens que operam 24 horas. Contudo alguns fatores precisam comparados:
- Desenho da malha metroferroviária
Em vários lugares onde há metrô 24 horas, a quantidade de linhas e estações no sistema são muito grandes e com isso há a possibilidade de interdição de uma linha e o usuário se dirigir a outra linha que fique próxima, sem grandes dificuldades. Esse sistema é chamado de rede, onde na ausência de uma linha, outra pode supri-la, como é o caso do metrô de Nova Iorque. No caso de São Paulo, temos linhas radiais, que ligam extremo ao Centro com poucas conexões. Um caso interessante é a linha 01-Azul, se um dia ela for interditada entre Jabaquara e Vila Mariana, não há outra alternativa, via trilhos, para a pessoa se locomover.
Malha metroferroviária de Nova Iorque.
- Vias para a circulação dos trens
Na concepção do projeto, deveriam ser previstas três vias para a circulação dos trens. Uma em cada sentido e a terceira em suporte para eventuais falhas ou para serviços diferenciados como trens com viagens expressas. No sistema paulistano, são somente duas vias, um sentido Barra Funda e outro sentido Itaquera, como na linha 03-Vermelha. Os novos projetos, como da linha 06-Laranja, continua com a mesma concepção somente duas vias.
Trecho de via subterrâneo da linha 04-Amarela.
Fonte: Odebrecht
Tendo exposto os argumentos citados acima, vejo que a ideia de Metrô 24 horas acaba sendo uma ilusão alimentada por diversas pessoas. Todos têm o direito de falar o que desejam sobre o assunto, porem os argumentos de ambas partes devem ser trazidos à tona. Para suprir essa demanda que necessita do transporte no período noturno, existem ônibus municipais que fazem o trajeto do metrô.